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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Familiares


Enquanto aguardava o médico, Tia Eunice, em determinado instante, avisou-me de que iria ao interior buscar os familiares, e saiu, deixando-me entregue aos pensamentos novos que me invadiam a cabeça.

Decorridos alguns minutos, abriu-se a porta e nossa tia chegou acompanhada por outras pessoas.

A princípio, julguei que fossem muitas, mas eram duas apenas – vovó Adélia e primo Antoninho.

  Vovó prendeu-me atenção ,mais fortemente. Não estava trêmula, nem curvada. Pareceu-me muito mais moça, alegre e forte. Seus olhos, serenos e lúcidos, irradiavam aquela mesma bondade de outros tempos.

  A surpresa de vê-la, junto de mim, enchia-me de encantamento e satisfação.

Que alívio!

  Lembra-se de quando vovó se retirou da residência, muito mal, para casa de saúde?

Desde então, jamais a vimos.

Mamãe anunciou-nos então a morte da santa velhinha, sem permitir que a seguíssemos, na grande viagem que a levou a efeito para a derradeira visita.

  Freqüentemente, ambos comentávamos as grandes saudades que nos deixara vovó. Ela sempre nos assistira com excessiva ternura. Dominava-nos com amor e bondade. Perdoava-nos todas as faltas. Poderá você aliviar a alegria que senti, vendo-a aproximar-se?

  Ao lado dela, estava Antoninho, que reconheci, de pronto. Nosso primo havia igualmente “morrido”, em hospital distante de nós. Pousou os olhos afetuosos e doces em mim, tranqüilizando-me o coração...

Verdadeira torrente de perguntas atravesso-me o cérebro naqueles momentos rápidos.

Muitas vezes ouvira dizer, aí na Terra, que após a morte do corpo seríamos conduzidos ao Céu ou ao Inferno. O que eu via, porém, era a continuação da paisagem familiar, querida e confortadora. Vovó, Tia Eunice e Antoninho estavam ali, mais vivos que nunca, diante de mim, desfazendo nosso velho engano de que houvessem desaparecido para sempre na morte.

  Nossa carinhosa velhinha e o primo abraçaram-me, sorridentes.

  Vovó chorou de alegria ao beijar-me, aconchegando-me ao colo, como antigamente.

Perguntou-me por todos. Lamentou não ter podido acompanhar minha vinda, no que foi substituída por Tia Eunice, e declarou que visitaria mamãe na primeira oportunidade. Indagou, bondosa, se você e eu ainda éramos aqueles mesmos pequenos endiabrados que lhe escondiam os óculos para ganh
 
ar brinquedos e merendas.

Amparando-me nos braços de vovó, tão carinhosa e tão boa, senti muitas saudades de mamãe e chorei bastante.

Nossa querida velhinha, porém, consolou-me, explicando que, um dia, mamãe e vocês virão também para o nosso novo lar.

Neio Lúcio

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