O homem vale mais do que o mundo inteiro com as suas jazidas, os seus diamantes e todo tipo de pedras preciosas.
No entanto, esquecido de seu próprio valor, o homem consome-se e esgota-se na conquista do que é perecível.
Perde-se na busca frenética de bens cujo valor é discutível, uma vez que só valem diante de convenções estabelecidas pelos caprichos e vaidades do próprio homem.
Acostumou-se a dar elevada importância ao que tem valor muito relativo, ou não tem valor algum.
Acaba esquecendo do valor de si próprio, positivo e incalculável.
Ao dinheiro, à prata e ao ouro, bens considerados como preciosos, o homem sacrifica a si mesmo.
Vende por moedas a sua paz de consciência e seu bem-estar.
Exaure suas melhores energias na corrida incessante e cruel pela posse de tesouros e pela sensação ilusória de poder e glória.
Por isso, equivocadamente, costuma-se julgar perdida a existência que transcorre na humildade de um lar ignorado, ou na reclusão de um hospital, porque se acredita que em tais circunstâncias, o homem se vê impedido de buscar aquilo que se supõe valioso.
No entanto, é certo que tais vidas podem ser tão fecundas e brilhantes quanto quaisquer outras.
O mundo admira e se deixa levar por meras exterioridades.
Ostentação e brilho seduzem os sentidos e enganam, por curto tempo, mentes despreparadas.
O verdadeiro valor, porém, está no interior do homem.
Está no seu caráter, nos seus sentimentos e na sua inteligência.
Não é a forma que encerra o valor a que nos estamos referindo: é o Espírito; é a alma, o eu imortal, sede das faculdades e poderes cuja origem é divina.
Desenvolver os próprios talentos é realizar o objetivo supremo da vida.
Aquele que mais e melhor desenvolve seus próprios recursos mais aumenta o seu valor intrínseco.
É tão importante e tão sagrada a conquista desse ideal que Deus, em Sua soberana justiça, mantém assegurada e intangível, em todos os homens, a possibilidade de realizá-la.
O paralítico, o cego, o enfermo, não está impedido de visar, com êxito, o alvo grandioso da vida.
Mesmo que encerrem o homem em um calabouço escuro e infecto, ainda assim ele conservará a capacidade de aprimorar seus sentimentos e galgar novos degraus na escala evolutiva.
Mesmo que o algemem, acorrentem-no e cravem-no em uma cruz, mesmo dessa forma ele poderá ser um vencedor.
Embora crucificado, apelando para suas próprias forças, ele logrará elevar-se das misérias da Terra, em direção às grandezas do Céu.
***
Arrastados pelas convenções humanas, somos levados a crer que o ter é mais importante do que o ser.
Ter belas casas, ter luxuosos carros, ter um corpo de plástica impecável...
Ter poder, ter sucesso, ter reconhecimento...
Eis aí os requisitos que o mundo impõe como necessários à felicidade humana.
No entanto, são quimeras incapazes de resistir à ação do tempo e do próprio egoísmo humano.
São tesouros sujeitos à ação da ferrugem e das traças.
E, no dizer de Jesus, fica a questão: De que vale ao homem ganhar o mundo inteiro e perder-se a si mesmo?
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Valor imperecível,
do livro Nas pegadas do Mestre, de Vinícius, ed. Feb.
Em 08.04.2009.
do livro Nas pegadas do Mestre, de Vinícius, ed. Feb.
Em 08.04.2009.
Nenhum comentário:
Postar um comentário