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Jesus o Grande Mestre.

Image and video hosting by TinyPic Jesus Cristo, Yeshua ben-Yoseph "A Cada Um Será Dado De Acordo Com Suas Obras "

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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Oração


Pai, agora que não estou mais no tempo de alimentar tolas ilusões, aguça todos os meus sentidos, para que eu possa perceber a beleza das realidades terrestres.

Pai, agora que as mil opções foram feitas e inúmeras portas se fecharam em definitivo, dai–me o Dom da aceitação para que as renúncias não sejam um fardo demasiadamente pesado para meu resto de viver.

Pai, agora que a soma dos meus muitos erros derrubou as ilusões de onipotência, não me retire nunca o meu ideal de continuar tentando acertar; sempre contando com a sua Graça infinita.

Pai, agora que os incontáveis desenganos e incompreensões ampliaram o meu ceticismo, conserva minha boa–fé na Humanidade e a minha firme disposição de continuar bem servindo as criaturas, seus filhos bem amados.

Pai, agora que as forças do meu corpo começam a esmorecer, alerta o meu espírito, livra–me dos comodismos do cotidiano, redobrando minha vontade de permanecer lutando até os últimos instantes de minha existência.

Pai, agora que aprendi a ver a precariedade das coisas, a limitação da nossa luta e a insignificância da nossa altivez, afasta–me dos desânimos desagregadores, ampliando minha autoestima, deixando–me cada vez mais consciente do que "nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia".

Pai, agora que já alcancei o ponto de perspectiva que me dá uma melhor visão do pouco que sei, livra–me da defesa fácil de colocar viseiras e anteparos, ajuda–me a envelhecer com a mente aberta dos destemidos, dos que sabem suportar as revisões comportamentais até o instante da eternização.

Pai, agora que aumenta o número de criaturas que me olham e esperam alguma coisa de mim, dá–me um pouco de sabedoria, ensina–me a pronunciar a palavra certa, inspira–me o gesto exato, norteia minha atitude, dignifica mais o meu agir com os finais jovens, mais viris, mais bonitos e mais dinâmicos.

Pai, agora que perdi a abençoada cegueira da juventude, só podendo continuar amando de olhos bem abertos, redobra minha compreensão sobre a solidariedade humana, ajuda–me a superar todas as mágoas, protegendo–me das amarguras do ocaso.

Finalmente, Pai, concede–me a graça de não cair na desilusão, de não chorar o meu passado, de continuar sempre disponível, de jamais perder o ânimo de envelhecer sempre jovem, e de chegar à Sua presença ainda com inestimáveis reservas de amor.

Fernando A. Gonçalves.

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